terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

5ª e 6ª Aula

Estas duas aulas foram dadas a meias com a Liliana. Ela faz parte do grupo e gosta de encenação, tem bases e liberta-me para começar a preparar pormenores para a Gala do dia 24 bem como para um projecto que vamos lançar com a Junta de Freguesia de Agualva, mas voltarei a falar mais tarde desse projecto.
Vou resumir a primeira hora e meia das duas aulas, as que administrei.
Iniciámos caminhando..... caminhando...... terminando com alguns alongamentos.
De seguida passámos à Técnica vocal voltando a relembrar exercícios que temos feito anteriormente. Nos jovens, nota-se que um numero significativo apresenta carências na projecção de voz e de dicção, o que faz destes exercícios ainda mais importantes. Respiração no diafragma, respiração ritmada, caretas.... foram alguns dos exercícios abordados.
Depois voltámos a executar, no plano inferior algumas letras (L,B,M,W,H). Ao contrário da primeira vez que fizemos este exercicio, desta o trabalho de equipa foi evidente, com alguém a assumir a coordenação o que foi permitindo executar as letras cada vez mais rápido e com coordenação.
De seguida dividimos a turma em quatro grupos. A proposta de improvisação era a seguinte.
Dois grupos iriam trabalhar em conjunto, sendo que um deles executaria a cena à escolha e o outro faria os sons dessa cena e dos respectivos personagens. Os trabalhos apresentados foram:
Uma Estação de caminho de ferro e uma obra de construção civil. Notou-se a preocupação de encenação, criatividade e foi engraçado assistir à coordenação das acções com o respectivo som.
A ultima hora e meia dediquei-a, com alguns elementos do grupo, à preparação da nossa participação da Gala dos 70 anos do Progresso Clube. É aqui que nos acolheram, onde trabalhamos, numas condições óptimas. Começamos em Janeiro e este será a "primeira brincadeira" que o Progresso irá assistir.
Vamos fazer um pequeno sketch, reportando-nos ao inicio da existência do Progresso (1942), não mais de 5 minutos, mas vamos tentar incluir, teatro, musica e canto.

Este pequeno video mostra bem as condições magnificas que temos ao nosso dispor.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

4ª Aula - 1h30 - Expressão Corporal. 1h30 - Planeamento

Esta aula foi dividida. A primeira hora e meia trabalhámos normalmente incidindo na expressão corporal. A ultima hora foi guardada para planeamento e processo criativo.
Assim iniciámos caminhando, pois..... aproveitando para alongar, relaxar e concentrar. após alguns minutos e já em posição de ator executamos exercícios de respiração (respiração-diafragma, caretas, língua, bochechas, emitir sem som as vogais a,e,i,o,u.  Depois de bem aquecidos, voltámos a caminhar numa posição recta, costas direitas, cabeça direita, olhar no horizonte, queixo paralelo ao chão. A brincadeira seguinte foi: o grupo teria que fazer com o corpo, no plano inferior (plano baixo, espaço chão que o ator ocupa) a forma da letra L. Cada um foi para o chão e fez com o seu corpo uma letra L. Contudo, foram uns 18 eles que estavam na sala. e o jogo é de grupo, ou seja o que lhes pedi foi para o GRUPO, ou seja o grupo como um todo tem que fazer uma só letra. Voltaram todos os plano inferior e com muita confusão e algum tempo lá fizeram o L pedido inicialmente. Este exercício alerta para o facto de vivermos numa sociedade que privilegia o  individuo ao colectivo. E um grupo, pressupõe o colectivo, o conjunto. É importante mostrar que o trabalho de equipa proporciona uma rica troca de ideias e experiências e que, em grupo, a nossa capacidade de trabalho e respectivo sucesso é menos difícil de alcançar. O exercício também mostrou, e em consequência de uma mentalidade menos colectiva, a dificuldade em trabalhar em equipa, nomeadamente na área da comunicação. A falta de comunicação do grupo causou o caos quando colectivamente tentavam fazer um L. Nasceram pernas do L para todos os lados porque ninguém assumiu a coordenação nem ninguém comunicou uns com os outros tendo-se limitado a continuar a agir individualmente. A discussão do exercício foi muito proveitosa.
Voltámos a caminhar e foi proposto o grupo representar respostas individuais a formas contrastantes, como por exemplo: agitado/calmo; pesado/leve; alto/pequeno... Terminámos com uma conversa sobre o que tínhamos acabado de fazer. Foi muito interessante as formas contrastantes que os elementos do grupo usaram para se exprimir individualmente. Voltámos a caminhar, lembrando sempre a consciência corporal e espacial e introduzimos a seguinte brincadeira; com 1 palma cumprimenta com um aperto de mão a primeira pessoa que vir. Com 2 palmas abraça a primeira pessoa que vir. Com 3 palmas cumprimenta como as "tias" dois beijinhos no ar. Com 4 palmas dá uma palmada no ombro e com 5 palmas cumprimento com vénia. O jogo é de memória, e o grupo caminha pela sala até que são batidas as palmas consoante a nossa vontade e observando a reacção do grupo. Esta interacção do grupo permite uma maior consciência do outro e uma maior relação de parceria, união. Depois brincámos com o trava língua do mameluco (UM MAMELUCO MELANCÓLICO MEDITAVA E A MEGERA MEGALOCÉFALA MACABRA E MAQUIAVÉLICA MASTIGAVA MOSTARDA NA MALOCA MIASMÁTICA.

Terminámos sentados em circulo improvisando. Um elemento inicia uma história, uma qualquer, da sua vida, do que lhe aconteceu ontem,à 10 minutos.... O elemento ao seu lado (no sentido dos ponteiros, ou como definirem) durante a história lança uma palavra (uma qualquer) não têm que ter nada a ver com a história que o outro está a contar, de preferência o contrário ou  o que te vier à cabeça. Quem está a contar a história têm de introduzir no seu discurso, o mais rápido possível, a palavra lançada pelo seu colega. Depois passa a história ao colega do lado e este continua. O que está agora ao lado do contador da história lança uma palavra para o outro colocar o mais rápido possível na sua história e depois......e assim sucessivamente.

A segunda hora e meia, foi aproveitada para falarmos sobre o Plano de Actividade para 2012, e de iniciar o processo criativo para a montagem de dois skeths para um espectáculo a 24 de Março. É muito importante a participação do grupo no processo criativo bem como no de produção, montagem, enfim em todo o processo que envolve a realização de qualquer evento. Estimular a participação, a partilha de ideias sem receio...... Foi muito produtivo e temos já a base para o trabalho de 24 de Março.

Este é o logo - Academia Design'Art.

Até à próxima



domingo, 29 de janeiro de 2012

O 1º EVENTO - Animação de evento desportivo


A Junta de Freguesia de Agualva em parceria com a SPORTDO, Escola de Taekwondo de Agualva, realizou no dia 29 de Janeiro um Torneio Infantil com a participação de várias escolas a nível nacional. 


Os Design'Art foram convidados para fazerem a animação.

A Junta colocou à disposição dois insufláveis onde tivemos sempre dois monitores em cada um dos insufláveis. Um monitor dentro do insuflável e outro fora controlando as entradas e saídas dos miúdos. Os balões continuam a fazer um grande sucesso e neste evento as espadas foram Reis nos pedidos.
Ainda tocámos e dançamos algumas coreografias de trabalhos anteriores .




Foi um evento fácil de animar, pois os insufláveis ajudaram imenso na dinamização do espaço, tendo em conta a faixa etária dos atletas dos 5 aos 11.
O evento foi importante, na medida que dá visibilidade ao grupo para a realização de outros trabalhos (dança - canto) e permite uma maior união entre os elementos do grupo.

Fomos muito bem recebidos e tiveram a amabilidade de nos oferecer alimentação.


Este é um tipo de eventos que podemos fazer, como gozo, contacto directo com o publico jovem e respectiva família e que em alguns casos pode proporcionar a apresentação de trabalhos na área da dança.


Será importante termos formação na área de:


- Pinturas faciais


- Balões


Bem, foi uma tarde divertida que terminou com uma boa refeição.

Até á próxima


sábado, 28 de janeiro de 2012

3ª AULA - Aprendendo, crescendo....

Pois é, imaginem que chegámos à terceira aula e hoje ao longo das 3 horas trabalhámos com 26 elementos. 
A aula começou no caminhar..... para relaxar.... caminhar sobre o calcanhar, dedos abertos, lateral do pé.... caminhar.... recto, visão no horizonte, queixo paralelo ao chão, usando visão periférica, concentração.... muita.
Depois, já em posição de ator, uns pequenos alongamentos e alguns exercícios de respiração; diafragma, língua, caretas.....
De seguida  e caminhando foi proposto o seguinte jogo. Seria colocada uma bola a circular entre o grupo. A pessoa que possui a bola, antes de passar deve sinalizar essa intenção com o olhar e só depois é que passa e assim sucessivamente. O jogo termina após 50 passagens bem sucedidas. Na eventualidade de a bola cair numa das passagens a contagem volta a 0. Demorou algum tempo pois voltámos 2 vezes ao 0. Variámos o jogo aumentando o ritmo e podíamos ter alterado  o olhar pelo nome do receptor mas não o fizemos. De seguida e sentados no chão foi proposto, de olhos fechados e em absoluto silêncio, que escutassem o som do silêncio. Uma forma de estimular a concentração, mantendo atenção na respiração (diafragma) e identificar os sons à sua volta. Sons próximos, distantes, se identifica o som........ No final discutimos sobre o exercício. Pode-se durante o exercício pedir (tocando o ombro) para esse elemento dizer ao grupo o que está ouvindo. Voltámos a fazer o exercício do espelho que já referi anteriormente. O espelho permite uma quantidade de variações. As seguir e com uma roda formada de pé, um membro começa por emitir um som qualquer ( estalido com a língua, um ai, um hum, etc). O jogador seguinte tenta reproduzir o som escutado tendo em conta a intensidade, o ritmo. Tenta-se assim estimular o reconhecimento sensorial a concentração e como jogo colectivo alicerçar o sentimento colectivo aumentar a interacção do grupo. Aproveitámos a posição para voltarmos a fazer uma apresentação mas diferente. A 1ª pessoa diz o seu nome, a seguinte diz o nome da 1ª e depois o dela, a terceira diz o nome da 1ª e da 2ª e depois o dela e assim sucessivamente até concluir o circulo.
De seguida foi proposto o seguinte: Entra de coxia, ir ao meio do palco (pré definido por nós, é importante definir o palco, o publico...) fazer uma acção, e apenas uma e não uma sequência, e sair de cena. Fim, porém essa acção executada, tem que definir a profissão do personagem. Com uma única acção. 
O jogo seguinte consistiu no seguinte: Improvisação - Entra alguém em cena com um problema por resolver. Uma outra pessoa entra na mesma cena, e vai ter o objectivo de complicar ainda mais a resolução do problema. Por fim, entra uma terceira pessoa, que vai resolver o problema da forma mais fácil e imprevisível possível. Foram dados vários temas, mas depois foi a própria criatividade do grupo a funcionar.
Dividimos o grupo em 4 e voltámos ao jogo da engrenagem ou máquina (ver posts anteriores). Se da primeira vez o grupo tinha mostrado uma grande criatividade, desta ultrapassou as mais optimistas expectativas. Fizeram uma slot machine; máquina de escrever; uma bateria e uma cena de guerra. Foi muito, mas muito bom os trabalhos apresentados. Voltámos à roda e de pé, e foi pedido que um elemento entrasse na roda e caminha-se. Outro elemento entrava a trás dele e imitava o andar do 1º. Depois o primeiro voltava à sua posição na roda e o segundo caminhava à sua maneira até entrar outro elemento a imitá-lo e por ai fora (não entenderam??) Este exercício foi dado por um elemento feminino do grupo. É bom a exploração das várias áreas de aprendizagem que o teatro proporciona. Aumenta o espírito do grupo, do trabalho em equipa. Terminámos a aula com um exercício físico que deixo para verem seguido de alongamentos.
Não consegui colocar aqui o video, vejam-no na nossa página do Facebook.
http://www.facebook.com/Academia.Design.Art?bookmark_t=page

Até à próxima

sábado, 21 de janeiro de 2012

Jogos Teatrais - Improvisação

Cá estamos na segunda aula. Conseguimos cá chegar e mantendo toda a equipa (21 elementos) sendo que vieram 3 novos elementos e faltaram outros tantos, o que teoricamente já somos 24 elementos. Veremos quantos seremos na terceira aula. Na 1ª aula trabalhámos a técnica vocal, a interpretação e fizemos alguns jogos teatrais, mas está tudo em 2 posts anteriores.
A aula começou caminhando descontraidamente até se fazer silêncio. Depois caminhando com determinação, foco na respiração, olhar o horizonte, e prestar atenção a tudo o que o rodeia, estar concentrado. Continuando a caminhar, foram propostas várias superfícies, alterando assim a caminhada bem como toda a expressão corporal e facial (sobre areia; caramelo; superfície muito quente, fria...). Colocados na posição básica  do ator, iniciámos alguns exercícios respiratórios. Inspire e expire, expandindo o diafragma e relaxando. Depois disso, inspirar e soltar o ar em som de S, V, F, J, V, X, Z, R usando o diafragma para soltar o ar. Depois, respire por uma narina e solte o ar por outra, usando o indicador e o polegar para alternar as narinas fechadas e abertas. Foi-se fazendo algumas variações nesse exercício.  A seguir passámos para a respiração ritmada, inspirar em 3 tempos, segurar em 5 tempos, soltar em 8 tempos e segurar sem ar em 5 tempos. Executamos uma variação deste exercício. Depois disso, fazer movimentos de abertura da musculatura da boca como se estivesse falando as vogais A, I, U. Mas sem emitir som, articulando muito mesmo, exagerando. Então veio o aquecimento dos lábios: som de cavalo/carro formula 1. Depois, a língua passa pelas gengivas 10 vezes fazendo um movimento circular. Depois fazer mais 10 bolinhas com a língua do lado de dentro da bochecha. 10 vezes em cada boceja. Voltamos a caminhar para relaxar fazendo algumas caretas. Dividimos em grupos de 5 elementos. Cada grupo forma com 4 elementos rodeando o quinto elemento. Este será o boneco sempre em pé e irá ser conduzido pelos outros elementos, confiando em absoluto que esses não o deixam cair.
Os elementos que se encontram no exterior, devem colocar-se de forma a suportar o peso do companheiro garantindo a segurança deste. Este exercício estimula e aumenta a confiança do grupo. Alterna-se por todos os 5 elementos do grupo.

Passámos aos jogos teatrais. Improvisação.
Primeiro foram dadas alguma  indicações tais como definir onde está o público, a boca de cena e uma primeira nota sobre os vários planos de representação (inferior; médio e alto). Passando à improvisação, duas pessoas, saindo cada uma de uma coxia, entram em cena, são dois amigos que não se vêem à mais de 20 anos e se reencontram ali. A cena trata da construção de personagem, improvisação, movimentação de palco. A dica é sair da rotina, construindo algo exagerado, imaginativo e deixar a improvisação rolar.
No próximo exercício, e ainda em pares, vai sendo sugerido temas de uma conversa a ter. Só que não podem usar-se palavras reconhecíveis. Os dois interlocutores falarão numa língua estrangeira inventada, criando sons e/ou palavras. A finalidade de exercício é desenvolver a intensidade da expressão, excluídas as palavras reais.Temas sugeridos para o diálogo:


- Empresta-me dinheiro;
- Onde estiveste ontem à noite?
- Vai-te embora, que te assaltaram a casa
- Tens uma amante?
...
Tenta-se assim estimulara o a criatividade, comunicação, imaginação, confiança, desenvolvimento pessoal, expressão...
No seguimento do exercício da 1 aula "a engrenagem" este pode-se intitular a "Máquina" ou "engrenagen 1". Um membro do grupo inicia um movimento maquinal. Os restantes membros do grupo entram na actividade e "desenvolvem" a máquina, o que podem fazer integrando, de algum modo, os seus movimentos nos das pessoas que já se encontram na máquina. Cada um pode produzir um som diferente a acompanhar a sua acção. A máquina acaba por ser representada por todo o grupo.Assim trabalha-se a concentração, desenvolvimento de grupo, movimentos e aptidões corporais entre outras.

Voltámos a caminhar relaxadamente, e terminámos com uma secção de relaxamento e comentando a aula, quais as dificuldades, o que não gostaram e o que acharam divertido....

Até à próxima aula



sábado, 14 de janeiro de 2012

PRIMEIRA AULA. 1/2

Bem, no Teatro como em muitas outras actividades existem superstições, da mesma forma que vários jogadores só entram com o pé direito, no teatro deseja-se boa sorte com um "muita merda" ou "parte uma perna" e não se pode agradecer, como um bom ensaio geral dá uma má estreia e vise-versa. Também costuma dizer-se que o objectivo da primeira aula é conseguir chegar à segunda. Pois, como ensinar o pouco que aprendemos com a prática. Claro que preparei antecipadamente a aula.

Parti do principio que para a maioria deles, teatro era só decorar texto, ensaiar e apresentar. Conclui assim que nunca usaram o corpo para representar. Para mostrar-lhes que "decorar-ensaiar-representar" é uma perspectiva há muito ultrapassada, falei nas teorias básicas do teatro: história do teatro e primeiros pensamentos dos teatrólogos.

A palavra teatro vem do grego que significa lugar para ver (PAVIS). E também é tido como uma arte, a arte teatral. Teatro é a arte de actor (DECROUX -  http://www.mimicas.com/decroux1.html) ele a concebe e produz, sendo a unidade mínima do teatro; o actor (corpo e voz), o texto (texto espectacular / dramaturgia corporal), publico, espaço e tempo. 
Teatro é o que acontece, entre o actor-emissor de signos para o publico-receptor-intérprete desses signos (GROTOWSKI  -  http://pt.wikipedia.org/wiki/Jerzy_Grotowski), e para trabalhar esses signos, use o instrumento básico do actor (assim como um musico usa um instrumento para a sua arte musical) que para o actor é o seu corpo (COPEAU - http://pt.infobiografias.com/biografia/16268/Jacques--Copeau.html, MEYERHOLD - http://www.biografiasyvidas.com/biografia/m/meyerhold.htm). Para isso, o actor (comparando-se ao músico) precisa também aprender a tocar o seu instrumento, treinar os acordes, ensaiar a partituta e então apresentar. E assim apresentei a concepção "treino-ensaio-apresentação" (BARBA - http://pt.wikipedia.org/wiki/Eugenio_Barba). Esta comparação do actor com o músico foi a metáfora que consegui arranjar para explicar que o actor não faz milagres se não aprender a compreender as suas possibilidades físicas antes de agarrar um texto literário para apresentar.

Depois desta formação teórica simples, comecei a aula com uma apresentação da turma de uma forma diferente. Mas isso deixarei para o próximo post.

PRIMEIRA AULA. 2/2

... então fomos fazer a apresentação:

Sentados no chão numa ponta da sala, uma pessoa levantava-se e ia para a frente do grupo e iniciava a sua apresentação. Nome, de onde vinha, porque estava ali, se teve alguma experiência anterior, etc, etc e o que mais quisesse falar. E depois disso, convidava outra pessoa e ia sentar-se junto ao grupo. A próxima pessoa antes de fazer a sua própria apresentação, imitava a apresentação da pessoa anterior. Neste jogo o texto é o que menos importa mas sim a postura corporal os tiques o tom e volume de voz. Depois, a mesma pessoa fazia a sua própria apresentação. E o seguinte faria o mesmo e assim sucessivamente até à ultima pessoa se apresentar. Iniciei eu a apresentação.

De seguida fomos fazer o aquecimento, mas mais uma vez de uma forma diferente. O grupo espalhou-se pela sala e o aquecimento foi feito com a ajuda de uma história. O objectivo é aquecer com vários alongamentos complementando com uma história de uma determinada personagem ( Começamos por um lenhador, norueguês) Um elemento inicia o exercício com movimentos que representem a história que vai contando (...e o lenhador acordou e espreguiçou-se- e o grupo espreguiça-se - e depois foi a correr para a cozinha - e o grupo corre não saindo do lugar). Depois esse elemento passa a história a outro elemento do grupo que passa a liderar o aquecimento e dá continuidade à história. Se calhar o video ajuda a entender.

O nosso grupo trabalha dança, canto e teatro. Este video mostra o 1ª dia da nossa actividade em 2012.





Depois, caminhando pelo espaço livremente e depois mantendo o tronco erecto, cabeça recta, queixo paralelo ao chão, olhar no horizonte. Stop! (stop significa parar estátua, congelar). Repetimos algumas vezes. 

Então depois do ultimo Stop, ficando no mesmo lugar e colocando-se em posição básica e de olhos fechados. A respiração é fundamental para o actor e é necessário treiná-la. Imaginem que a boca está ligada directamente à barriga por um tubo. Quando inspiramos o ar vai directamente para a barriga através desse tubo, provocando o aumento dessa. Ao expirar a barriga vai encolhendo na medida da saída do ar. Ao enviar ar para a barriga estamos a usar o diafragma que vai ajudar a projectar a nossa voz que irá sair pelo megafone (boca). Assim iniciamos o exercício. Respire: inspire e expire, expandindo o diafragma, mantendo as costas direitas. Variámos o exercício, fazendo o som S durante a expiração, usando o diafragma para auxiliar na expiração com som.

Depois disso, em duplas, um em frente ao outro, em posição-básica (confortável, equilibrada, relaxada), observando o companheiro, olhos nos olhos e com concentração. Então começam a fazer caretas. Extravasar nas caretas, usando todos os músculos do rosto, todos possíveis e articular bem, exagerando. Este exercício permite trabalhar o nosso megafone (boca) de modo que o som saia bem ampliado pelo diafragma. Uma boca preguiçosa, não utiliza os seus músculos na plenitude, e o som não sai na sua totalidade. 

Depois disso voltámos a caminhar, usando três vezes o stop e pedindo que todos observassem as suas posições e a envolvente (posição 1,2 e 3). Teriam de o fazer nos 3 stops. Depois caminhando a cada stop era pedido para que refizessem a posição 1, depois de observado e corrigido os erros, voltavam a caminhar e ao seguinte stop refaziam a posição 2 ou 3 e assim durante um tempo. Este exercício estimula a observação, a concentração, a visão periférica...

O exercício que se sucedeu, foi mais um jogo cênico. Caminhando  pelo espaço e após algum tempo, foi pedido a cada participante (um de cada vez) que fizesse um movimento gestual e um som que acompanhasse esse movimento (um único movimento para um som) - e os demais deveriam "seguir o mestre" imitando o gesto e o som, mas não necessariamente atrás do "mestre" mas caminhando pelo espaço do ensaio. E assim durou até terem participado todos. Depois formaram-se 4 grupos de 5 elementos cada e foi pedido que criassem uma cena (improvisada) com movimento e respectivo som. Foram dados 15 minutos para montar a cena.

Ao fim dos 15 minutos todos estavam prontos e foi surpreendente a criatividade dos grupos.
Um grupo fez com muita criatividade um relógio em que um era o pêndulo, outro os ponteiros outro dava à corda e os outros dois elementos eram os cucos. Este trabalho estava completamente dentro do espírito do exercício que o antecedeu. Cada elemento tinha um movimento/som e um único movimento/som e todos incorporados executavam um objecto/maquina.

Outro grupo fez um comboio, outro uma ambulância e outro uma canoa. Estes grupos usaram texto na sua cena e alguns dos elementos ou todos faziam mais que um movimento/som. De qualquer modo, o objectivo era trabalhar o movimento, as aptidões corporais, o ensaio de interpretação a imaginação, a criatividade que esse exercício conhecido por "Máquina ou Engrenagem" proporciona. E esse foi atingido.

Um relaxamento final com uma troca de impressões sobre o que acabáramos de fazer e chegava ao fim a 1ª aula de 3h00.

Isto torna-se longo para relatar aulas de 3h00 mas fica para memória futura.

Até à próxima aula